a casa natal, mais que um protótipo de casa, é um corpo de sonhos.

cada um desses redutos foi um abrigo de sonho. e o abrigo muitas vezes particularizou o sonho.

nela aprendemos hábitos de devaneio particular...

existe para cada um de nos uma casa onírica, uma casa de lembrança-sonho...”

Gaston Bachelard - Poética do Espaço



Quando Pássaros Por aqui...

Quando Pássaros Por Aqui é um abrigo de sonhos.
Apresento registros que compõem uma linguagem plástica,
um jeito de ser, uma forma de pensar, em construção...

Aos seis anos de idade eu tinha uma caixa cheia de recortes,
escolhidos com empatia absoluta.
Garimpava-os nas revistas e nos livros.
Essa caixa estava sempre comigo e ali dentro eu criava um mundo
amplo, macio, infinito, romântico, misterioso, surreal...

As imagens entravam em outras,
gerando novas paisagens e, ali no espaço criado,
sentia-me menos estranha, mais livre...

Fui crescendo e minha linguagem modificava-se, sendo a mesma...
Apropriações e releituras de signos e ícones, da historia da arte
e de domínio público, foram compondo a minha manifestação,
Leonardo da Vinci, Gauguin, Picasso, Monet, Chagal,
Van Gogh, Matisse, Magritte e tantos outros queridos
fazem parte da minha iconografia, moram no meu imaginário...

Aliando fragmentos de outdoor, achados do cotidiano, pedras,
penas, tules, folhas, fitas, texturas, tintas, lixa, caixas,
gavetas, portas, abre, fecha, guarda...
Relicários da memória foram, de maneira experimental,
transformando-se, ganhando corpo, virando objeto: objeto arte.

Monica por Tide Hellmeister

O talento pode levar o artista muito longe, mas só a vivência,
a existência, a resistência, o registro e a persistência
poderão leva-lo até o fim.

Mônica Nunes é uma artista que faz acontecer, que vive a sua arte,
que espera com o coração.
Em suas colagens, simples idéias gráficas extraídas de fragmentos
de provas de out-doors, Mônica consegue assustar a imaginação
dos comodistas.

A gente também está esperando que ela sempre ultrapasse
os limites dentro dos quais vivem os bens ajustados.

Tide Hellmeister, 1991
(São Paulo, 1942 - 2008)
Artista plástico que utiliza múltiplas técnicas, sendo a colagem
a sua principal forma de expressão. Na definição de Tide a colagem
é tudo. Em resumo, a vida é colagem e nela cabem também
a pintura,a programação visual, as artes gráficas e a tipografia
além de incursões pelo design e pela publicidade.
Criou capas para livros, revistas e discos das mais importantes
editoras e gravadoras do Brasil.
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